quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Caindo a ficha.

Hoje celular é coisa normal na minha cidade. As pessoas passam o dia todo “pendurado” no danado passando as noticias do dia.
É bem verdade que telefone é coisa boa, sem ele as cartas seriam ainda o principal veiculo de comunicação.
Outro dia sente-me em frente a praça da matriz e fiquei a imaginar:
O ano era 1994, em dia sexta-feira, a praça da matriz fica lotada. Normalmente a sexta em minha cidade é sempre assim, umas voltinhas na praça um pouco mais arrumadinho para ver se arruma uma paquera.
Coloquei a mão no bolso e encontrei uma ficha de telefone, isso mesmo, ficha de telefone. Nesse tempo, colocávamos a ficha e o telefone dava-nos o crédito. Na mesma época você não clicava você apertava o número e girava até seu dedo bater no fecho que ficava no final do giratório.  E nesse tempo já era “chique” se comparando a época em que precisava ir até a Teleceará e solicitar uma ligação.
A Teleceará ainda está com seu prédio intacto, minhas tias Carminha e Ozita tiveram sua primeira chance de emprego lá. Maria do Céu Salvo me engane também fazia parte da equipe que contava com muitas outras pessoas. O orelhão em frente era a sensação da cidade, chagava dia que faziam filas para colocar a ficha e fazer a ligação. A meninada “mexia” e as pessoas que ficavam próximo ao importante aparelho brigavam. Tinha um em frente à casa de Bento fotografo hoje Jessy. Esse era o melhor para fazermos nossas traquinagens. Os trotes eram freqüentes, quem nunca foi ao orelhão para dizer: Ei! Tem uma maçã verde na sua calcada? Quando a pessoa ia olhar diziam: amadureceu.
Parecia besteira, mas, naquele tempo telefone era sinônimo de brincadeira. Ao contrário de hoje que passam o dia “pendurado”  fazendo aquelas fofoquinhas básicas. Hoje o orelhão está esquecido, talvez nem tenha mais uso. Pereiro do passado era o Pereiro das brincadeiras sadias, era o Pereiro das traquinagens, das novidades, hoje nada parece novo em minha cidade, até mesmo um iPhone de última geração já parece coisa do passado, talvez a explicação do porque tudo está tão caro em minha terra. E pra não esquecer o orelhão, espero que tenha “caído ficha’

Por: Jornalista Damião Flávio Silveira

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