...o sol brilhou novamente na Serra de Santos Cosme e Damião. Coberto por raios de inspirações e sonhos de sua gente, o chão voltou a ter brilho e as arvores brotou o verde da esperança. O céu da minha serra é diferente dos outros lugares, parece que Deus nos presenteou com um espaço só nosso. A história de lutas e trabalhos estampados nas mãos do mais ilustre ao mais humilde nos dar a certeza que minha pequena Pereiro é o lugar onde as pessoas não cansam de lutar pelos seus filhos.
Comparar o passado com o presente é buscar em sua história a verdadeira eficácia de sua gente que soube como ninguém tornar sonho em realidade. Na terra de Antônio Morais, Falcão e Jaime Aquino os atores principais da história fizeram sua parte e a nova geração reforça a esperança de continuar a luta de sua gente. Ao passar em frente ao Cemitério novo na entrada da cidade paro e fica a refletir. Na entrada a foto de João Terceiro e Nilda Campos me dar a certeza que muitos que construíram a historia já está mais entre nós. Alguns partiram prematuramente, outros, o tempo e a natureza se encarregaram de tirá-los do lugar onde nasceram, viveram e morreram. Em um pequeno espaço de tempo, essas pessoas vão dando lugar aos mais jovens, as esperanças de ver uma história não acabar. Se João Terceiro serviu de inspiração na política, a história abriu espaço para que José Irineu, Antônio Nei e Neto Estevam também estampassem uma página da nova geração política da minha terra. As novas idéias apareceram em suas administrações, o novo tomou espaço, movidos por uniões, desavenças e alternância de poder que a democracia nos permite. A verdade, é que Irineu pregou seu nome na história quando de modo heróico e valente deu a seu povo o direito a vida e a liberdade. Antonio Nei por sua vez mostrou um exemplo de inovação sendo um dos mais jovens ao chegar ao paço municipal e cumprindo sua responsabilidade com dinamismo e inovação. Neto Estevam representa um novo jeito de administrar e prega seu nome na história como um exemplo de perseverança e contato direto com o povo.
Se na política há novidades, no Direito não pode ser diferente. Quem viu José Falcão e Valmiro nos tribunais jamais poderia imaginar que hoje chamaríamos tantos irmãos de doutores ou pré-doutores da Lei. Doutor Flávio Roberto que brincava na calçada de sua casa em frente ao Fórum talvez jamais pensasse que fosse dar ordem de prisão e mostrar um distintivo para aqueles que não cumprem a Lei. Doutor Falcão Neto e Doutor Bruno Henrique viram seus sonhos se tornaram realidade após anos estudando no instinto GEL em Fortaleza, passos seguidos por Ecaterine Falcão, Pedro Gino, Eluana Nunes e tantos outros que lutam para dar mais agilidade a Lei.
Pereiro, de doutor Válber e Doutor Francisco Charamba, nomes que lutam dia a dia para ver seus irmãos com Saúde. De George Amorim e Renatinha de Desilio, apostas maiores para a área que enche os pareirenses de orgulho.
Pereiro, de Joita do SESP, de Almeida, Euzinha e Fátima de Lurdes, pessoas que viveram diretamente ligadas àqueles que necessitavam da injeçao ou curativo diário. Área que um dia poderá contar com Sara, Sava, Denia, Mariana e Ana Lídia.
Pereiro, de Valfrido, João Novi, Zita Leite e Zuila que hoje conta com os talentos de Eliarde, Islania, Rominho, Jardel e companhia.
Pereiro, de Toinho de Lurdes, Vandeilson e Joanzinho no Futsal, que hoje assiste Mutuca e companhia dar show nas quadras.
Pereiro, que poderá contar com Renatinho de Deta e Edvania Nunes para setor de fisioterapia, com Georgiane Morais e Mila Santos para Psicologia, com André Pinheiro e Diego de Cacilda na Engenharia, com Fernandinho Pinheiro para contabilidade, com João de Arão e Thiago Alves no comércio e Fernandinha Falcão no Jornalismo para divulgar como minha terra tem gente que luta.
A terra de Carminha Almeida, Vetúria e Fátima Gabriel é também de Aniela Morais e Eliam Feitosa cuidando de nossas crianças.
A terra de Acácia Morais, Cacilda, Marlinda, Socorro Rodrigues e Vilaci é também de Lívia Pinheiro, Eva Firmino, Flaudismar Silveira e Alcides Leite. Pessoas que assim como tantos outros professores dedicam sua vida a educação de nossas crianças.
Dar continuidade a história, esse é o lema na minha terra, que movida pelo desejo de novidades assiste seus jovens lutarem para conquistar seu espaço dia a dia. E se lembranças da atualidade me fazem pensar assim, porque não lembrar de tantos outros que nossa terra acolheu de braços abertos, pessoas que contribuíram para que minha Pereiro fosse o que realmente é hoje. Lembro de Junior Oficial, Jeane Valéria, Arenilson, Joana da Casa da Cultura, Doutora Cristina, Doutor Weligton e tantos outros.
O sol brilha na minha terra, e junto com ele a certeza que a história não pode parar. De cima do monte aos pés do Cristor Redentor, abro os braços e abraço minha terra com ar de emoção. Na mente amigos que tiveram que partir por falta de oportunidade, vem a mente Helena Gabriel, Lena Moura, Nara Íris, Carlinhos, Nein, Raquel e tantos outros que o tempo se encarregou de colocar cariciosamente em minha vida. Amigos que assim como demais, contribuíram para melhorar um pouco a minha Pereiro. E ao ouvir suavemente lá embaixo o som do carro de Brugulelo anunciando mais uma morte, vem o pensamento de quantas pessoas importantes já não estão mais entre nós. Bobinho e suas brincadeiras de calcadas, Neuzimar, Cosme Leotino e Domingos Vaz, Mundoca Pinheiro e Mardônio Diógenes, Edite Morais e Cosminho Alejado ou até mesmo João do Pulo, Nans ou Chico Narigão.
O sol está baixando, chega a noite na minha Pereiro, as lamparinas já não existem, e Zé Vaz já não vende mais querosene como antes. As lâmpadas acendem suavemente e Carlito, Mundinho, o posto do Mudo que já não é mais o único começa a baixar os portões. O bar de Jessy continua aberto a espera dos alunos, mas já divide sua freguesia com Arivaldo e Cícero Miroso. O coreto não está mais no lugar, cedeu espaço a um banco de madeira. As meninas podem andar tranquilamente de salto alto, pois o asfalto está cobrindo as pedras de antes. Nas calçadas as cadeiras de balança ainda permanece, sob os olhares atentos de Dona Guismar, as Cavalcantes e Chaguinha. A farmácia de Neto continua aberta, a de Fatinha também, mas, dona Eunice não vende mais o ingove da ressaca. A sorveteria que antes servia de lazer para juventude já não está mais com o ibope como no tempo de seu João de Sindó e a Conexão Power Dance e Dj Marcelo. No centro comunitário os rostos novos vão tomando espaço e Betinho dar ritmo a garotada. O frio faz a sua parte, afinal, estamos em Pereiro. Uma pequena nevoa aparece e me dar à certeza que estou na serra onde tudo parece possível.
O novo vai fazendo sua parte e escrevendo a história, as saudades tomam conta de mim e fico pensar no porque a bandinha São José nunca mais tocou saudades de minha terra pelas ruas, o Teatro Arte Mania nunca mais fez um cortejo e muitos dos nossos jovens já começam a se envolver com o mundo dos tóxicos.
É hora de dormir, o silencio tomou conta da noite e me restou um simples pensamento:
“Se história é para ser contada na posterioridade, depende de nós escrevermos da melhor maneira. Se hoje tenho assunto para falar de minha terra, é porque no passado fizeram isso de forma verdadeira e correta. Cento e vinte e um anos se passaram e o desejo de ver nossa terra sempre a prosperar continua, porque tudo que fiz até agora ou farei no futuro longe de minha Pereiro, só fará sentido quando tiver o prazer de dividir com os meus conterrâneos”...
A todos os irmãos Pereirenses Parabéns.
Por: Jornalista Damião Flávio Silveira