terça-feira, 23 de agosto de 2011

“Toinha Victor e Jocilda Gabriel”: Irmãs de sangue e ideais.


SÉRIE EM HOMENAGEM AOS – 121 ANOS DE PEREIRO.
PEREIRO – TERRA DE GENTE QUE FAZ HISTÓRIA. 

As mãos um pouco já tremulas e a voz arrastada como de costume. O olhar atento aos detalhes e a serenidade de quem viveu sempre a educar e servir a sua terra é a prova que Jocilda Gabriel e Toinha Victor já fazem parte da história de nossa Pereiro.
Pereirenses de se orgulhar, daquelas que saborearam momentos bons e amargaram momentos ruins. Daquelas que ver de longe o que Pereiro ainda não tinha e cuidava logo de fazer alguma coisa para mudar isso.
Se na educação as irmãs foram referencia, na cultura não poderia ser diferente. Irmãs de sangue e de ideais, irmãs que pregam seus nomes na história como exemplo de mulheres guerreiras e leais a sua amada terra.
Os cabelos brancos que dona Toinha orgulha-se de mostrar é o exemplo dos anos de trabalho em prol de sua família. É fácil encontra-la na calçada de sua casa, aquela que dividiu os momentos de felicidades com o seu amado Narcélio. A mesma casa de onde pôde assistir as festividades na praça da matriz, a mesma casa que dar para escutar as batidas diárias do sino da igreja de Santos Cosme e Damião.
Dona Toinha nunca foi coadjuvante, na verdade ela nunca gostou de aparecer, de se mostrar, fez seu trabalho com cautela, com simplicidade, com modéstia.
Jocilda Gabriel ganhou esse sobrenome depois que casou com Lucas Gabriel, a quem cuidou sempre com carinho e amor. Na verdade Jocilda Gabriel é Maria Jocilda Victor Gabriel, uma amante da cultura, uma amante da vida. Quando ouviu a Bandinha de Música São José tocando pela primeira vez nas ruas da cidade, se emocionou.  Justo,  para uma mulher que lutou tanto para conseguir juntamente com sua irmã Toinha, Padre Gino, Chico Amâncio e tantos outros fundarem a Sociedade Beneficente e Comunitária São José – SOBEJE. Associação que presidiu com seriedade até a sua partida para o Rio Grande do Norte para cuidar da saúde de seu amado Lucas. Levou consigo a saudade de sua terra, levou consigo o sentimento de dever cumprido. Hoje, não se sabe se Jocilda sente mais a saudade por Pereiro ou a tristeza de saber que nada está como ela deixou.
Jocilda e Toinha, dois nomes que bem definem a luta pela continuidade da cultura, dois nomes que viveram nos bastidores do sucesso da cultura pereirense. Dois nomes que souberam dar aos nossos jovens e crianças a oportunidade de tocar um clarinete, sax, trompete, violão, cavaquinho, ou melhor, se sentir mais parte de nossa comunidade.
A importância de Toinha Victor e Jocilda Gabriel deve ser salientada, afinal, quem nunca viu Jocilda com o sonho de comprar um piano ou de uma sede própria para SOBEJE? Quem nunca viu Toinha Victor dispensar a mensalidade de muitos alunos só para não ver a tristeza nos olhos desses jovens em não poder tocar?
A verdade é que Toinha e Jocilda servem de exemplo para o presente momento, instante em que fazemos uma reflexão sobre os caminhos que nossos jovens querem seguir. Instante em que nos perguntamos do porque muitos desses jovens estarem se envolvendo no mundo dos tóxicos.
Pereiro agradece, a cultura agradece, a juventude agradece, porque se muitas pessoas hoje têm uma conduta ilibada ela se deve parte a duas irmãs chamadas: Toinha Victor e Jocilda Gabriel.

Por: Jornalista Damião Flávio Silveira



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